Não leia se não quiser confrontar seus demônios, pois o que é difícil de verdade a gente raramente sabe, mas as vezes percebe só pra notar que esteve sempre ali.
Não me considero pessimista, e nem tenho coragem de tentar ser realista, mas me admira o fato de convivermos diariamente com dificuldades sem nos dar conta da fragilidade do nosso estado de conforto.
Sendo o mais metafórico possível, e ao mesmo tempo não o sendo, vou tentar basear esse texto em uma única declaração que resume a epifania que me levou a escrevê-lo: Quanto mais despertos e conscientes estamos, mais difícil é levantar da cama de manhã.
Sabe quando vemos no jornal as notícias? Quando é novidade o aumento do número de assassinatos? Compare essa sensação com a emoção de quando um cão morre em um filme de ação qualquer. Que triste o cachorrinho, mas fazer o que, as pessoas morrem não é?
Por quê é tão fácil sentir tristeza quando morre um personagem e também tão simples se habituar à violência da nossa vizinhança? A resposta vem fácil. É tudo muito confortável, e mantendo distante das nossas mentes acreditamos que mantemos longe do nosso dia a dia.
É confortável mas não é real.
A realidade é fica sendo um ponto de vista de alguns enquanto outros erguem paredes com algumas poucas frestas com vista para fora.
POR FAVOR não me entendam mal e pensem que sou a favor de viver a realidade pura e absoluta, afinal nada extremo demais faz bem ao espírito, e quem sabe se a vida é real?
No final de tudo o real e o fictício tem que coexistir, pois os dois juntos criam a verdade, e encontrar a verdade e através dela viver é nosso objetivo como homens.
É importante acordar e saber até onde devemos estar despertos ou vivendo um sonho, para termos força para enfrentar os dias.
Texto do André Maia; Leitor, músico e amigo.