Adornação

Eu quis te fazer um tom
quiseste de mim um seu
fiz, mas em dór maior,
maior até que o sol.

Quis que fizesse arte,
disse-te que necessita dom,
também que errar faz parte,
faz parte desse parco som.

Som que somente de aliterações,
semente do que sai no ouvido,
brota, em tom de borrões,
entendimento qual eu duvido.

Sentimento no qual me divido,
vivido por ti, eu não sei;
sei que sorvi, dividido,
tudo que me fazias pensar.

Sei que servi à libido,
brindo ao pouco que sei.
Brinco com palavras tortas,
são portas, janelas e chão.

São portas abertas e braços,
abarrotadas de simbolismo;
Janelas são como barcos,
cujo preço de travessia um sorriso.

E de travesso esse teu embalo,
que ‘calenta mi’a pensação,
meu senso de todo se esvai,
tal intenso quanto adoração.

 

lucastamoios

 

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